Não vim aqui pra falar da escassez do Petróleo nas Jazidas, nem do bicombustível como alternativa ecologicamente sustentável, nem no dia que a gasolina acabou na FACE DA TERRA.
Vim contar um “causo” que me aconteceu em mil novecentos e alguma coisa... O dia que a gasolina acabou no TANQUE DO MEU CARRO!
Era uma gélida noite de inverno e eu costumava freqüentar a biblioteca da Faculdade de Direito Milton Campos, em BH.
No percurso, de casa para a Biblioteca, eu passava, obrigatoriamente , por um bairro estritamente residencial: o bairro das Mangabeiras. Equivaleria aqui ao bairro do Poço da Panela. Um lugar tranqüilo e predominantemente de condomínios residenciais e casarões.
No trajeto eu olhei para o marcador de gasolina e ele apontava: reserva da reserva da reserva!
Como era de se esperar, o carro pifou e, para completar o quadro caótico, eu estava sem o celular. Pensei, obviamente, em procurar o posto mais próximo, mas não conhecia bem aquela região.
Resolvi esperar por um “transeunte”.
O “transeunte” não passou.
Resolvi, então, tocar na campainha da casa mais próxima.
Atendeu um senhor vestido com um jaleco branco, enfim, era um médico e havia acabado de chegar do consultório.
Após parará, parará, parará... (minha explicação) ele, sem titubear, prontamente se ofereceu para me levar ao posto mais próximo. Fomos ao carro dele, dali comprei a gasosa, abasteci o carro e o agradeci enormemente por aquele generoso gesto, afinal ele não tinha obrigação nenhuma de me ajudar naquele momento.
Em tempos de Páscoa, queria com isto, despertar um pouco sobre o tema da solidariedade humana que anda tão escassa nos dias de hoje... E isto se deve por vários motivos: Falta de tempo, o dia-a-dia atribulado, e cada vez mais a hostilidade entre as pessoas haja vista a violência estar tão gritante e “batendo” à nossa porta.
É claro que não podemos confiar cegamente no primeiro que aparece, até por que são tantos os casos horripilantes que vemos de violência urbana, coisas que não imaginamos que se possa acontecer com cada um de nós, que fica mesmo difícil gestos como desse cidadão comum: o simples gesto da solidariedade humana.
Mas, é preciso refletir sobre isto e estarmos atentos a pequenos gestos do dia-a-dia, que são, por vezes, grandes atitudes e enobrecem o valor do homem. As atitudes é que fazem TODA A DIFERENÇA. Se é que vocês me entendem...
Feliz Páscoa, período de reflexão.
Bjs
Rê.